Em tempos de pandemia e distanciamento social, o corpo a corpo típico do Tango, agora tornou-se uma dança solitária. O Tango que representa uma das fontes econômicas e turísticas, é também patrimônio cultural de Buenos Aires.
História do Tango
O Tango surgiu no final do Século XIX, nos prostíbulos localizados nos subúrbios de Buenos Aires. Inicialmente, o tango era dançado por dois homens, mas com os rostos virados e sem se olharem. Seu estilo musical, apesar de não haver documentação que comprove, descende da habanera e da milonga, que são vertentes da música cubana. O Tango é uma mistura de drama, paixão, sensualidade e agressividade, na qual os meneios femininos são praticamente inexistentes, predominando a dominação masculina.
Estilos de Tango
Existem atualmente diferentes estilos no Tango, como, por exemplo: o Tango-Canção, o Tango Canyengue, o Tango Milonga, o Tango Romanza e o Tango Jazz. Além disso, é possível encontrar também o Tango Rock e o Tango Eletrônico.
Reconhecimento do Tango
Em 2009, a UNESCO declarou o Tango, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A homenagem foi o reconhecimento a todos àqueles que mantiveram a tradição, transmitindo a poesia e a “dança do dois por quatro”, de geração para geração.
A pandemia afetando o Tango
Suspenso desde o dia 11 de março, em razão da pandemia do coronavírus, os bailarinos de tango enfrentam a maior crise econômica de sua existência. Pela 1.ª vez, Buenos Aires se priva dos espetáculos de tangos e das Milongas – espaços de dança e encontros da boemia da cidade – que faziam parte da rotina de vida dos moradores. O Festival Mundial do Tango, principal evento do setor, foi cancelado.
Segundo fontes das Secretarias de Cultura, Lazer e Turismo, o Tango rende ao país, cerca de 2 milhões de dólares ao ano. Com o fechamento das atividades, além da falta de arrecadação, o desemprego foi inevitável.
Tango e a informalidade
Com as medidas restritivas impostas pelo governo argentino, em razão do alastramento da Covid-19 nos países da América do Sul, os bailarinos de Tango têm enfrentado uma emergência econômica, decorrente de uma relação trabalhista inexistente, marcada pela informalidade, além da omissão por parte do Estado.
Para amenizar essa situação, campanhas de doações estão sendo realizadas através das redes socais, a fim de comprar e distribuir de cestas de alimentos para os bailarinos desempregados.
Distanciamento social e a retomada dos shows de tango pós pandemia
Enquanto a retomada das atividades de Cultura e Lazer não acontece no país, devido ao longo plano de flexibilização, a maioria dos bailarinos e dançarinos de Buenos Aires resolveram utilizar a tecnologia e oferecer aulas de tango on-line, como uma forma de animar a vida dos que estão confinados em casa e arrecadar algum valor para driblar a situação atual.